Há sete anos atrás decidiu que não ia mais comer carne vermelha. Nunca havia gostado do sabor e também achava que não iria sentir falta. Começou a achar aves repgnantes quando mortas, pois imaginava nas suas carnes putrefatas , cozidas e suculentas uma galinha pomposa e feliz, cacaerjando e comendo seu milho. Desde então, intitulou-se vegetariana por não comer tais carnes. E ai? Comia peixe e gostava.. claro... herança de família, sabia fazer os bolinhos de bacalhau, sopas e outras cositas mais. Continuava chamando-se vegetariana pra que não ficassem-na questionando: "mas você não come carne por que defende os animais?". Não, é porque não gosto mesmo. No fundo, óbvio que achava um absurdo consumo excessivo de mamíferos. Mas, por pura preguiça, o rótulo "vegetariana".
E num emprego que pegou porque precisava vendeu carne de natal embalada com lacinhos perfumados. Teve gente que comprou mesmo dizendo que era bixo modificado geneticamente, mesmo falando que era bixo demais pra mesa fraca de família. Pois é... 24 de dezembro é uma data meramente comerciável.
(Da série: desengavetando os sentidos)
"Para não ser um desses escravos martirizados pelo Tempo, embebede-se, embebede-se sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha." C. Baudelaire.
Henri T. Lautrec
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terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Capítulo de oito anos: a vegetariana que vendia carnes
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