Penso que ofertei minha alma a Eros, algum dia. Assim como Fausto trocou a sua por alguma coisa que a ele era inatingível... Fiz isso, algumas vezes assim como todos os amantes meio bêbados e burros...
Evoé.
Num dia Dionísio com tranqüilidade deve ter visto algum encanto nesta sombra sem alma que vos fala e me deu um de seus vinhos, o mais doce. A bebida tinha cor de uma mão que embala a minha, um aroma afrodisíaco e o gosto viciante. Eu a tomo, ouvindo The Doors, de Orfeu. Parece inesgotável, deve ser maior que o infinito. E espero que o encantamento que me perturba o coração não seja mais efêmero do que um raio de luz.
Talvez eu ateie um nó na minha cintura e no presente de Baco.
E mesmo se Eros aparecer e mangar de novo, fazendo troça, chamarei Morfeu para enfeitiçar meu sono.