Histórias de metrópole - capítulo II
Luiza senta numa cadeira do metrô Consolação e depois de analisar longamente a garota ao lado perguntou: "Vem cá, te conheço de algum lugar?"
Fatal. A outra apenas fingiu que não ouviu, disfarçando o brusco estalo dos olhos.
A outra tinha cara, dois olhos, duas mãos, duas pernas, duas narinas. Devia ter um nome, alguma história (talvez) medíocre. Devia estar num dia bacana, ou não. Devia... Ela desceu no Paraíso.
Luiza desceu na Liberdade.
Já que o Paraíso é perto da Liberdade, vemos que as duas respiram o mesmo ar e estão conectadas ao mundo pelas mesmas centelhas de oxigênio e carbono. Daí a semelhança obscura, relativa e correta entre Luiza e você.
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