Eh, o cobertor limpo era como seda sobre as pernas, embora não tenha encostado muitas vezes naquilo. Viu alguma em calcinhas pelo chão, por aí...
Ele se alimentou de luz naquela noite e foi de vela porque a Eletropaulo já tinha cortado tudo. Todos tinham vazado, afinal de contas.
Torto de frio. Mas tinha o cobertor de nome Dignidade. Dignidade o aquecia e estava ali na sua cola, como o amigo bom ou o filho icorrigível que carrega o bebum, acalentando. Todo mundo precisa de dignidade, pelo menos de vez em quando.
Fui naquela sala uma vez e dormi com Dignidade sob um teto. E aquele cara pestilento que não pagou a luz me mandou embora. Disse que não era ciúmes, é só porque eu não combinava com seda. Na real, eu tava cagando pra moda.
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