Tudo está vivo, inteligível, desconhecido.
Deuses ainda sopram as bordas do mapa,
levando-nos pelos rios, afundando-nos nas ondas.
Zarpamos ossos dos barcos.
Cinzas azulam os olhos, pixelados em vitrines.
Suores noturnos, diurnos, inquietos valem poucos xelins.
Carrascos e imundos dinheiros perturbam o ócio.
Caimos da proa no azulejo frio, cheirando a crack.
E nada você enxerga.
A opacidade do ser egoísta é calar-se ao lodo,
rezando pra que Alah ainda cuspa em seu destino.
"Para não ser um desses escravos martirizados pelo Tempo, embebede-se, embebede-se sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa escolha." C. Baudelaire.
Henri T. Lautrec

Suzanne Valadon
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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
Inquietude rastreada
Um dia pensei que não podia mais sonhar e a única meta era caminhar sem destino. Então, passei a caminhar observando os pedregulhos das calçadas. De cabeça baixa, por certo, mas só pra que nenhuma pomba me cagasse na cabeça. Observando tudo e a todos numa espécie de joguete em que eu dava nomes as pessoas, fui me tornando alheia ao que se passava fora da janela dos olhos, mas de algum modo mantinha algo de sensível que me perguntava o que eu faria se fosse algum deles; e me apontava com dedos de pensamento.
Ora, se eu fosse nativa em outra língua, ou se tivesse nascido em Nunavut, ou se não tivesse o sentido da visão desde o nascimento poderia eu ser realmente diferente do que sou? Cadê essa essência que perdura e não me é tocável por nenhum sentido?
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