Henri T. Lautrec

Henri T. Lautrec
Suzanne Valadon

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Pestilento III




Na vertigem, na fuligem, na ousadia de ser, senti a Lua no chão e não havia estrelas para encantar. Quebrei os dentes no pesadelo da fuga cognitiva.

Estive a mirar o medo na incubadora de germes que se tornou minha angústia.
Na verdade, não fazia idéia se cabia mais dedos na mão ou nos pés, e se esta questão era realmente relevante.

As linhas infelizmente entortaram-se na perspectiva e apenas enxerguei o chão devido a curva acentuada da própria espinha dorsal. Senti como se fosse um peixe a respirar a água podre de um rio morto e esquecido por toda população ribeirinha. Havia mais de mim nas águas profundas que fediam? A vingança do Monstro do Lago que mora ao lado da estação de trem é assombrar com merda quando a chuva vem.

Eu assombro meus próprios pesadelos fingindo-me de Cretinice à atmosfera mais feroz e agoniante do seu Ide.

Pestilento III

domingo, 20 de junho de 2010

O inexorável elixir da existência

Ao mesmo tempo em que as cruzes fincam-se nas pedras do crepúsculo; no mesmo tempo da interrupção do dia da vida; no momento em que o Ciclo cessa, outro se inicia.

Ao raiar do espetáculo da morte outros estão nascendo. O término completo de qualquer ciclo orgânico jamais finaliza-se. As histórias escritas no presente serão recontadas em tempos pretéritos de lembranças. Os que ouvem levarão-nas para instantes futuros.

Uma história vivida no dia de sua homenagem acena um adeus e um olá, simultaneamente incompreensíveis.

Haja espaço intervalado na máquina do tempo de um só pêndulo. A inércia nos faz cair e viver de uma ponta a outra, na lentidão de cada instante que oscila ansioso e ociosamente.