Henri T. Lautrec

Henri T. Lautrec
Suzanne Valadon

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pestilento II

Pensei que seria fácil comer aquele pãozinho com manteiga. Era só um pãozinho na manteiga! Mas o gosto do podre do fungo azul era bem desnecessário para a combinação chá com mel. Naquela manhã joguei pão fora. Os pássaros não aceitariam o salgado, ou aceitariam? Estava é com preguiça de ir até eles, e se viessem a mim enxotaria porque uma pessoa que não gosta de pássaros é como qualquer outra. Não gosto de livros também, e daí? Não gosto de bolacha recheada como de ideologias inúteis que teorizam pessoas vazias.

Naquela manhã eu teria que trabalhar, mas era doce saber que chovia e que fazia frio e que as canelas não andariam porque estariam congeladas. Um telefonema anunciando falta de pernas justificaria ausência, certo? “Onde você foi para que estivesse com pernas congeladas?” No inferno, porra! Será que não percebem que não gosto também de justificativas?

Gosto de sossego, aquele do sofá e televisão ligada. Gosto de pizza quentinha, cheia de cebola torrada. Gosto da várzea da neblina, que envolve a preguiça e me dá apatia do não-movimento...

São três da madrugada... não sei o que faço aqui em frente a essa tela.

Do Pestilento

2 comentários:

  1. o seu blog tem uma cor de fundo com cor de letra que bem fazem uma vertigem quando não se olha o que tá escrito pro que tá fora não escrito.
    mude as cores.

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  2. Oi. Obrigada pela não leitura. Mas não gosto de verbos no imperativo. Bju.

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Obrigada por seu comentário.